29.4.08

Caci - Capital Brasileira da Arte Contemporânea

Aproveitem o feriado e tenham um bom passeio!
Em Brumadinho, Minas Gerais, um museu privado reúne obras de alguns dos principais artistas da atualidade, como Doris Salcedo, Matthew Barney, Cildo Meireles e Pipilotti Rist. Em sua especialidade, o acervo supera os das instituições públicas brasileiras

texto: Walter Sebastião
revista: Bravo! - abril de 2008
Ao redor do empresário mineiro Bernardo Paz há sempre uma série de histórias sensacionais. Na Arco 2008, feira de arte da Espanha, galeristas contam como ele teria comprado estandes inteiros — no evento espanhol, Paz ganhou o prêmio de melhor colecionador internacional. Seu acervo é um caso único no Brasil. Com ele, Paz criou um museu de arte contemporânea que está um furo acima das coleções do gênero disponíveis nos museus públicos. Bernardo é o fundador do Inhotim Centro de Arte Contemporânea (Caci), em Minas Gerais, a janela pela qual público, críticos, interessados e curiosos podem encontrar artistas brasileiros e internacionais no auge de seu momento criativo. Quatro anos depois de aberto, Inhotim continua demonstrando fôlego e arrojo. No próximo dia 15 de março, a instituição inaugura mais dois pavilhões: um da colombiana Doris Salcedo — com uma obra que foi um dos choques da temporada de exposições em Londres, no ano passado — e outro da brasileira Adriana Varejão. No espaço de Bernardo Paz, não se trata exatamente de obras, mas de pavilhões que se espalham por 2.100 hectares de mata atlântica, em meio aos jardins originalmente desenhados por Roberto Burle Marx e quatro lagos artificiais. Estão previstas para outubro novas exposições em quatro das sete galerias do local. Inhotim é um caso muito particular na acidentada história das instituições públicas e privadas em relação com a arte contemporânea, aquela que não ganhou ainda a aura do tempo. Um quadro de Renoir possui um século de certezas sobre seu valor. E quanto aos vídeos do norteamericano Matthew Barney r ealizados n os a nos 2000, como julgá-los, já que hoje eles podem ser tudo, mas décadas depois, nada? De início, dando a ele uma chance de entrar na história da arte. No Caci há Barney, como há Tunga e Cildo Meireles, ou Doug Aitken e Pipilotti Rist, constantes nas publicações ou debates críticos sobre a arte contemporânea o espaço é voltado para a arte feita a partir de 1960, com acervo amplo (grande parte dele ainda não apresentada em público), com obras de autores históricos, pioneiros de certas pesquisas que são, hoje, o cotidiano das artes. E a isso se soma mais um fator: a instituição apresenta mostras que criam contexto, rico de sugestões, o que é essencial para que se vá além da aparente excentricidade do exibido e se observem melhor o significado e o sentido dos trabalhos. Assim, não existe melhor lugar no Brasil para entrar em contato com a produção "de ponta" na arte. O texto continua no link abaixo:

Nenhum comentário: